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TEXTO DE INTRODUÇÃO DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E COMPONENTE CURRICULAR

 

TEXTO DE INTRODUÇÃO DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

A Área de Ciências da Natureza no Ensino Fundamental é contemplada com o componente curricular de Ciências, que, por sua vez, abrange diversas áreas e objetos de estudo, abordando conteúdos dos campos da Biologia, Geociências, Química, Física e Astronomia. O componente curricular da Ciências da Natureza apresenta para os estudantes do Ensino Fundamental conhecimentos gerais sobre o mundo natural, biológico e físico-químico, a fim de ampliar o repertório cultural e científico e torná-los capazes de compreender a prática científica enquanto instituição social.

            O conhecimento científico e a tecnologia produzida revolucionaram nos últimos duzentos anos o campo dos transportes, das comunicações, da produção de alimentos, da produção farmacêutica, dos tratamentos médicos e o mundo da produção com novos equipamentos, máquinas e computadores. Entretanto, se o avanço científico e tecnológico vivido pela sociedade contemporânea possibilitou novos produtos e serviços, criou condições de conforto e o aumento da expectativa de vida está sendo responsável por criar problemas socioambientais e impactar nas relações sociais. Desse modo, o ensino de Ciências precisa além de promover a compreensão dos processos científicos e tecnológicos do nosso tempo, desenvolver uma proposta educativa que caminhe de maneira a refletir sobre as implicações éticas, o respeito ao bem comum, os valores da cidadania e a importância da preservação e responsabilidade ambiental para as gerações presentes e futuras.

Um dos propósitos da Área de Ciências da Natureza ao longo do Ensino Fundamental constitui no estímulo ao desenvolvimento do letramento científico, isto é, a construção da capacidade nos estudantes de ler, compreender e interpretar o mundo natural, social e tecnológico e de transformá-lo a partir da abordagem típica das ciências. Portanto, não importa apenas a compressão dos conteúdos científicos, mas também a construção de competências para intervenção na sociedade considerando os parâmetros das ciências. Assim, além de garantir aos estudantes o direito ao acesso aos conhecimentos científicos acumulados no decurso da História, o ensino de Ciências visa promover ainda um processo de ensino-aprendizagem que leve aos estudantes “aos principais processos, práticas e procedimentos da investigação científica” (BRASIL,2017, p.321).

Neste sentido, é importante que ao longo do Ensino Fundamental os estudantes sejam estimulados a proceder ações e atividades individuais e coletivas de investigação e experiências científicas, além de socialização dos resultados produzidos seja em sala aula, em eventos da escola ou da comunidade. Assim sendo, o processo de investigação científica constitui como elemento fundamental do processo de ensino-aprendizagem da Área de Ciências da Natureza e de formação dos estudantes. O que implica em construir arranjos de aprendizagem que tenha como referência as práticas do cotidiano, o repertório cultural dos estudantes, a proposição de atividades desafiadoras, o estimulo a curiosidade científica, o levantamento de problemas, a construção de hipótese, a explicação por meio dos procedimentos e conceitos científicos, a proposição de soluções e comunicação de resultados.

De acordo com o documento da Base Nacional Curricular Comum (BNCC) o processo de ensino-aprendizagem da Área de Ciências da Natureza deve proporcionar e explorar atividades nas quais os estudantes desenvolvam as capacidades de:

• Observar o mundo a sua volta e fazer perguntas.

• Analisar demandas, delinear problemas e planejar investigações. 

• Propor hipóteses.

 

Definição de problemas

• Planejar e realizar atividades de campo (experimentos, observações, leituras, visitas, ambientes virtuais etc.).

 • Desenvolver e utilizar ferramentas, inclusive digitais, para coleta, análise e representação de dados (imagens, esquemas, tabelas, gráficos, quadros, diagramas, mapas, modelos, representações de sistemas, fluxogramas, mapas conceituais, simulações, aplicativos etc.).

• Avaliar informação (validade, coerência e adequação ao problema formulado).

 • Elaborar explicações e/ou modelos.

 • Associar explicações e/ou modelos à evolução histórica dos conhecimentos científicos envolvidos.

 • Selecionar e construir argumentos com base em evidências, modelos e/ou conhecimentos científicos.

• Aprimorar seus saberes e incorporar, gradualmente, e de modo significativo, o conhecimento científico.

• Desenvolver soluções para problemas cotidianos usando diferentes ferramentas, inclusive digitais.

 

 

 

 

 

 

 

Levantamento, análise e representação.

• Organizar e/ou extrapolar conclusões.

• Relatar informações de forma oral, escrita ou multimodal.

• Apresentar, de forma sistemática, dados e resultados de investigações.

• Participar de discussões de caráter científico com colegas, professores, familiares e comunidade em geral.

• Considerar contra-argumentos para rever processos investigativos e conclusões.

 

 

 

Comunicação.

• Implementar soluções e avaliar sua eficácia para resolver problemas cotidianos.

 • Desenvolver ações de intervenção para melhorar a qualidade de vida individual, coletiva e socioambiental.

 

 

Intervenção.

FONTE: Segundo o documento da Base Nacional Curricular Comum (BNCC) a Área de Ciências da Natureza, por meio do componente curricular, pretende promover as competências específicas:

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS DA NATUREZA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

1. Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico.

2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.

4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho.

5. Construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que promovam a consciência socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza.

6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas das Ciências da Natureza de forma crítica, significativa, reflexiva e ética.

7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.

8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

FONTE: BRASIL, 2017.

COMPONENTE CURRICULAR - CIÊNCIAS – TEXTO INTRODUTÓRIO

O ensino do componente curricular “Ciências” ao longo do Ensino Fundamental procura criar condições para os estudantes compreendam o mundo e suas interconexões entre a natureza e a sociedade, por meio do conhecimento do universo da física, da química, da biologia e da história. Em outras palavras, condições de compreensão não fragmentada, e sim holística da natureza, da sociedade e dos imbricamentos entre sociedade e natureza.  Nestes termos, o ensino de Ciências deve procurar superar a visão fraturada do mundo e da vida, de maneira a fazer os estudantes perceberem as conexões, as articulações entre as partes e o todo.

            Como recomendação, o processo de trabalho do ensino de Ciências pode ser desenvolvido considerando como ponto de partida o levantamento do conhecimento prévio dos estudantes, os aspectos do cotidiano e as experiências concretas de vida. Na sequência fazer questionamentos, estimulando o raciocínio, a argumentação, a explicação e aplicação do conhecimento científico para a compreensão de um fenômeno em questão. Desse modo, o procedimento apresentando visa orientar o ensino de Ciências, considerando a observação do cotidiano ou do fenômeno, a pesquisa, a presunção de hipóteses e possíveis explicações para o fenômeno ou problema, e articulação com o uso social do conhecimento. Espera-se dessa maneira criar situações diferentes, inovadores e significativas para o ensino de Ciências, superando as práticas restritas a memorização, atividades dos livros didáticos e aspectos conceituais.

            O processo detalhado acima pode ser chamado de letramento científico. Nos termos apresentando no Currículo Bahia, constitui no processo em que “dá sentido às análises das situações do cotidiano, permite o desenvolvimento do senso crítico e garante a tomada de decisões de forma ética, analítica e responsável” (BAHIA, 2018, p.346). Para tanto faz necessário o envolvimento dos estudantes em atividades investigativas, de maneira individual ou colaborativa e a socialização das mesmas. A perspectiva ora apresentada visa criar situações de ensino-aprendizagem em que os estudantes sejam inseridos, estimulados e desafiados pela curiosidade científica, a identificar os problemas, a levantar hipóteses, a examinar, a explicar e a representar a partir dos parâmetros próprios das ciências, a chegar a conclusões e a apresentar possíveis intervenções para o problema.

A escola enquanto ambiente institucional e ensino de Ciências são responsáveis por possibilitar crianças e adolescentes a apropriação dos conhecimentos científicos sistematizados e acumulados historicamente, por meio de metodologias ativas e estratégias de aprendizagens significativas, sempre partindo do universo dos estudantes para questões mais gerais. Dessa forma, o processo investigativo deve fazer parte da formação dos estudantes, sendo desenvolvido nas proposições didáticas desenhadas no curso da Educação Básica como um todo. O processo investigativo deve ser entendido como processo de aquisição da habilidades e competências para se compreender os conceitos e os processos científicos necessários para a tomada de decisões, compreender, participar e inferir em assuntos sociais nas diversas áreas, partindo da premissa de conhecer a si mesmo, seu entorno e se inserir com competência na vida em sociedade.

De acordo com a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) e o Currículo Caém o ensino de Ciências deve contribuir e assegurar aos estudantes do Ensino Fundamental a compreensão do mundo em que vive, produzido ao longo da história, e suas interações de caráter biológico, físico, químico, astronômico e meteorológico. Para isso, o ensino de Ciências necessita de situações didáticas provocativas e pertinentes, que leve em conta a faixa etária, o nível de aprendizado dos estudantes, o tempo didático disponível e as competências a serem desenvolvidas. O desafio apresentando é tornar os estudantes capacitados para questionar, refletir, transformar e criar. Assim, construindo uma formação integral, proporcionando a competência no domínio dos procedimentos científicos, o letramento cientifico, o protagonismo dos estudantes nas aprendizagens e a formação para a cidadania.

A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) apresenta três unidades temáticas a serem trabalhadas ao longo do Ensino Fundamental. São elas: “Matéria e Energia”, “Vida e evolução” e “Terra e Universo”. Em conjunto com as unidades temáticas são apresentadas ainda os objetos do conhecimento e as habilidades contempladas para cada ano da etapa do Ensino Fundamental. As três unidades temáticas necessitam serem trabalhadas dentro de uma linha de planejamento didático que considere uma lógica de continuidade e integração dos objetos de conhecimento, numa articulação progressiva de aprofundamento.

Na unidade temática “ Matéria e Energia” são abordados enquanto objetos do conhecimento o estudo da natureza dos materiais e suas propriedades físicas e químicas, os diversos tipos e fontes de energia e seus usos. Nos Anos Iniciais recorre-se a dimensão cotidiana, as relações mais próximas e concretas da vida dos estudantes, criando condições de estabelecer afinidades e a capacidade de compreensão dos fenômenos do mundo em que os estudantes estão envolvidos (rua, bairro, comunidade, cidade, território). Nos Anos Finais, na unidade temática, ocorre um aprofundamento das questões, sendo é explorado as relações com mundo da produção e as consequências socioambientais. 

A unidade temática “ Vida e evolução”, por sua vez, passa-se a estudar a vida na sua dimensão natural e social, enfatizando as características dos seres vivos. Nesta unidade são abordados como objetos do conhecimento composição celular, corpo, funções e funcionamento, alimentação e nutrição, reprodução e sexualidade, evolução, ecossistemas, biodiversidade e preservação, fenômenos naturais e impactos ambientais. Nos primeiros anos do Ensino Fundamental nesta unidade temática são trabalhados os conhecimentos sobre o corpo, respeito a diversidade, seres vivos e meio ambiente, características do mundo animal, nutrição e alimentação, características da anatomia corporal dos seres humanos.

 Para os Anos Finais, a unidade temática “ Vida e evolução”, confere uma abrangência maior das questões, ampliando os horizontes dos estudantes, proporcionando uma compreensão mais profunda e crítica, sobre as interações e consequências das ações humanas sobre o meio ambiente, provocando refletir nas implicações que as mudanças ambientais trazem para vida humana; propor-se ainda a abordagem de ações alternativas para preservação ambiental, consumo consciente, práticas ecologicamente corretas, reciclagens.

Na unidade temática “Terra e Universo” estuda-se a partir dos primeiros anos escolares aspectos relacionados a Astronomia, as escalas de tempo, movimentos do Sol, o Sol como fonte de energia e calor, caraterísticas da Terra, usos do solo, localização espacial, pontos cardeais, calendários, constelações e movimentos da Terra. Nesta fase de escolarização e ensino de Ciências o propósito é estimular o interesse e curiosidade pelos fenômenos naturais, criar o pensamento especial por meio das experiências cotidianas e observação celestial.

Nos anos seguintes, estas questões irão ganhando mais densidade, sendo trabalhados enquanto objetos do conhecimento para os Anos Finais o estudo da forma e estrutura do universo, o efeito estufa, a camada de ozônio, os fenômenos naturais (vulcões, terremotos, tsunamis), as mudanças climáticas, o Sistema Solar, a Terra e Lua. Um dos objetivos nesta fase escolar é promover entre os estudantes uma visão crítica sobre as mudanças climáticas no planeta terra, compreendendo a natureza dos problemas, suas causas e consequências para as diversas formas de vida; por outro lado, espera-se construir uma sensibilidade para o tratado com a causa ambiental, fomentando valores que respeitem o ecossistema e a defesa da responsabilidade e sustentabilidade socioambiental.

O Currículo Municipal de Caém orienta que o ensino de Ciências contemplado nas unidades temáticas apresentadas na Base Nacional Curricular Comum (BNCC), considere sempre como ponto de partida a realidade do território do município, das comunidades em que as unidades escolares estão inseridas e as características e singularidades dos estudantes. A partir da observação do nível local, fazer a descrição, a problematização, construir hipóteses, analisar, tirar conclusões, propor soluções e socializar as investigações. Portanto, considerando sempre o lugar dos estudantes, suas características e necessidades para construir o letramento científico e desenvolver as competências e habilidades.


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